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Carolina Torronteguy

Acumulação compulsiva: como diagnosticar e tratar?

A acumulação compulsiva é caracterizada pelo desejo incontrolado de guardar objetos em excesso, atrelado ao apego do indivíduo. Neste quadro, percebe-se a relutância e a incapacidade de se desfazer e descartar tais itens. Entenda mais sobre o assunto, a seguir.


O que é acumulação compulsiva?


Quem sofre de acumulação acredita que tais objetos um dia serão úteis ou terão algum valor monetário. Dessa maneira, os objetos acumulados tornam-se um problema, uma vez que eles passam a ocupar toda a residência do portador, preenchendo cômodos, cobrindo móveis e eletrodomésticos, além de impedir o trânsito em casa. Pesquisas apontam que entre 2% a 5% dos adultos sofram com essa doença. Apesar de alguns sinais já serem perceptíveis durante a infância, é na fase adulta que ela, habitualmente, costuma se manifestar com mais evidência. Outro fato importante é que os sintomas tendem a se tornar mais graves à medida que o indivíduo envelhece. Embora possa afetar a todos, esse transtorno é mais presente em pessoas acima de 60 anos. Apesar de atingir ambos os sexos, alguns estudos apontam que as mulheres são mais afetadas do que os homens. Acredita-se que esse índice pode ser maior devido à expectativa de vida, já que mulheres vivem mais do que os homens. Estudos mostram também que grande parte dos acumuladores vivem sozinhos, sendo que apenas 10% vivem com companheiros. Outra característica observada é que o transtorno de acumulação pode ser desencadeado por uma ruptura existencial ou social, como a morte de um ente querido, perda de status social ou de um emprego. Geralmente, os itens acumulados são jornais, roupas, peças, itens quebrados e objetos de uma maneira em geral. Além disso,  pessoas que sofrem desse transtorno podem, também, acumular animais. Só para ilustrar, o efeito Dunning Kruger faz com que os acumuladores não reconheçam o transtorno, o que pode tornar o tratamento mais complexo e delicado.


Sintomas da acumulação compulsiva


A pessoa que possui o transtorno da acumulação compulsiva apresenta sintomas específicos, como:

  • Dificuldade em se desfazer ou descartar objetos, mesmo que eles não tenham utilidade alguma;

  • Necessidade de acumulação de objetos em todos os locais da residência;

  • Estar sempre em busca de novos objetos;

  • Sentimento de angústia quando são forçadas a se desfazer de objetos.

Diagnóstico e tratamento


O diagnóstico é feito de acordo com o comportamento do indivíduo. Para isso, o médico analisa os sintomas do acumulador. O tratamento é realizado por um médico psiquiatra. Na terapia, o médico busca:

  • descobrir o que desencadeou a acumulação;

  • incentivar o paciente a descartar os objetos;

  • conseguir organizar a casa;

  • desenvolver a habilidade de tomada de decisão;

  • desenvolver habilidade de relaxar.

Como parte do tratamento, o paciente passa a receber visitas em sua casa para a manutenção do espaço. É importante ressaltar que o tratamento pode demorar ou ser feito durante toda a vida. Em alguns casos é necessário, também, recorrer ao uso de medicamentos, como antidepressivos. A acumulação compulsiva é um transtorno que deve ser levado à sério, uma vez que pode desencadear problemas de saúde, como a depressão. Além disso, devido ao acúmulo de lixo, o ambiente em que vive o acumulador torna-se um fator de risco para a proliferação de pragas e incêndios, fazendo com que a saúde de toda a vizinhança seja colocada em risco. Quer saber mais? Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter e ficarei muito feliz em responder aos seus comentários sobre este assunto. Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como psiquiatra em Porto Alegre!

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