O transtorno de personalidade borderline, também conhecido como TPB, é caracterizado por comportamento oscilante. Os indivíduos diagnosticados podem, às vezes em espaços muito curtos, manifestar euforia intensa, seguida de crise depressiva ou raiva. Uma vez que são instáveis e tendem a ser hipersensíveis, as pessoas afetadas pelo TPB têm dificuldade para manter relações afetivas e mesmo sociais. Abaixo, falaremos um pouco mais sobre algumas das principais características do transtorno de personalidade borderline, que também pode ser chamado de transtorno limítrofe.
Transtorno de personalidade borderline: como é?
Comentamos brevemente algumas das características mais comuns da síndrome: hipersensibilidade, dificuldade para manter relações interpessoais, mudança de comportamento abrupta. Isso não é tudo, no entanto: limítrofes, com frequência, apresentam outros transtornos, como depressão, ansiedade, anorexia, bulimia, compulsão alimentar, abuso de álcool ou drogas. Estar sozinho é uma grande dificuldade para essas pessoas, que podem chegar às últimas consequências quando acreditam que estão sendo trocadas ou abandonadas. Em casos do gênero, podem ter crises de pânico ou raiva e participar de situações que podem colocar a sua vida ou saúde em risco. Tais ações incluem ter relações sexuais com estranhos e sem preservativo, beber e dirigir em alta velocidade, abusar de pílulas e álcool, etc. A automutilação também está presente nas manifestações do TPB e pode acompanhar o paciente durante toda a vida. A gravidade das agressões pode variar. Limítrofes estão mais suscetíveis a atentar contra a própria vida; assim, é preciso que sejam auxiliados em momentos de crise, especialmente se manifestarem verbalmente o desejo de suicídio.
Problemas de autoimagem
A inconstância do comportamento também se aplica às percepções individuais: pacientes podem oscilar entre soberba e insegurança, por exemplo. Se em um momento acreditam que são impostores, em outro podem sentir que não recebem o devido reconhecimento. Quando não são validados, podem se tornar destrutivos, física e verbalmente agressivos. Após crises do gênero, costumam ser tomados por sentimentos de culpa e inadequação, o que reforça a percepção negativa que têm sobre si mesmos. Sentimentos de vazio e solidão são uma constante e também podem gerar reações explosivas, além de engatilhar comportamentos potencialmente autodestrutivos (como aqueles que comentamos em parágrafos anteriores). Deixar de comer por vários dias também pode acontecer: o paciente, às vezes, tem baixa autoestima e acredita que, se emagrecer radicalmente, se sentirá melhor consigo ou chamará mais a atenção de quem deseja. Acerca do último item, vale uma consideração: indivíduos com TPB podem mudar de opinião muito depressa acerca de uma pessoa. Se estão apaixonados, podem exigir atenção desproporcional, cobrar posturas, idealizar. Se algo faz com que essa percepção mude, podem agir de forma a afastar a pessoa que outrora idealizavam, às vezes de maneira violenta.
Quais são as causas do TPB?
O transtorno de personalidade borderline possivelmente tem fundo hereditário. Sabemos que parentes próximos de pessoas diagnosticadas têm maior chance de ter a doença. Fatores ambientais também podem ter influência. Problemas durante a primeira infância, como abuso sexual, negligência, violência e perda dos genitores, podem colaborar para o desenvolvimento ou agravamento da enfermidade. É preciso que pessoas com essa condição sejam acompanhadas por um psiquiatra, o qual poderá medicá-las e acompanhá-las da maneira correta. Quer saber mais? Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter e ficarei muito feliz em responder aos seus comentários sobre este assunto. Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como psiquiatra em Porto Alegre
Comentários