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Carolina Torronteguy

Depressão pós-parto: causas, sintomas e tratamentos

Embora seja mais comum do que imaginamos, a depressão pós-parto ainda carrega um estigma de tabu, fazendo com que as mulheres que passam pelo problema sejam alvos de preconceitos e abandono familiar.

Provavelmente você conhece alguém ou, pelo menos, já ouviu falar a respeito desse tipo de depressão. Neste post, temos a proposta de explicar como ela ocorre, quais são os sintomas que provoca e apresentar as possibilidades de tratamento. 


O que é a depressão pós-parto?


Trata-se de um transtorno que traz profundas consequências ao vínculo da mãe com o bebê, principalmente no que diz respeito ao afeto. Essa condição faz com que haja um mistura de tristeza, desespero e falta de esperança da mãe logo após o parto.

Ainda, o puerpério é um período delicado para as mulheres, pois se tornam mais frágeis física, psíquica e socialmente. Isso porque o seu corpo está se recuperando do parto e há uma grande queda nos níveis hormonais, afetando diretamente o seu humor.


Como a depressão pós-parto é causada?



Existem inúmeras possíveis causas para esse problema e todas as mulheres estão suscetíveis a ele. Contudo, acomete, principalmente aquelas que possuem antecedentes de transtornos mentais, vulnerabilidade socioeconômica, gravidez indesejada e violência doméstica.

Além dessas causas, a depressão pós-parto pode ter origem nos seguintes fatores:

  • desequilíbrio hormonal após o fim da gravidez;

  • privação do sono;

  • alimentação inadequada;

  • falta de suporte familiar;

  • vício em drogas psicoativas, como o álcool e o crack;

  • sedentarismo;

  • estresse;

  • falta de apoio do parceiro.

Quais são os sintomas?


Os sintomas podem surgir logo após o nascimento do bebê ou em até doze meses depois do parto. Geralmente, as mães apresentam:

  • tristeza constante e profunda;

  • sentimento de culpa;

  • medo de ficar sozinha;

  • perda de apetite;

  • falta de prazer nas atividades cotidianas;

  • insônia;

  • baixa auto-estima;

  • desânimo;

  • cansaço extremo;

  • sensação de incapacidade em cuidar do bebê.

Ainda, alguns destes sintomas são normais após a gestação e podem perdurar até o primeiro mês de vida do bebê. Contudo, se eles se mantêm por um período maior que esse, é recomendado que um profissional de saúde mental seja procurado.


Existe tratamento?


O tratamento é individualizado e varia conforme o caso. Na maioria das vezes, consiste na combinação do uso de medicamentos antidepressivos e sessões de psicoterapia. Porém, os melhores resultados só são alcançados quando há a participação de ambos os pais.

Ainda, a psicoterapia ajuda a paciente a entender e aceitar a condição, além de ensiná-la a buscar mecanismos internos que contribuam para a restauração da sua saúde. 

Ademais, o tratamento medicamentoso é orientado nos quadros mais graves, pois existem riscos. Quando é indispensável, os antidepressivos são aplicados no hospital, diretamente na veia. Entre os efeitos colaterais comuns estão a boca seca, sonolência e perda de consciência.

Quando não tratada, a depressão pós-parto pode evoluir e se tornar crônica. Por isso, caso perceba sinais de que algo está errado, não hesite em procurar um profissional especializado no tema.

Quer saber mais? Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter e ficarei muito feliz em responder aos seus comentários sobre este assunto. Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como psiquiatra em Porto Alegre!

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