Embora seja mais comum do que imaginamos, a depressão pós-parto ainda carrega um estigma de tabu, fazendo com que as mulheres que passam pelo problema sejam alvos de preconceitos e abandono familiar.
Provavelmente você conhece alguém ou, pelo menos, já ouviu falar a respeito desse tipo de depressão. Neste post, temos a proposta de explicar como ela ocorre, quais são os sintomas que provoca e apresentar as possibilidades de tratamento.
O que é a depressão pós-parto?
Trata-se de um transtorno que traz profundas consequências ao vínculo da mãe com o bebê, principalmente no que diz respeito ao afeto. Essa condição faz com que haja um mistura de tristeza, desespero e falta de esperança da mãe logo após o parto.
Ainda, o puerpério é um período delicado para as mulheres, pois se tornam mais frágeis física, psíquica e socialmente. Isso porque o seu corpo está se recuperando do parto e há uma grande queda nos níveis hormonais, afetando diretamente o seu humor.
Como a depressão pós-parto é causada?
Existem inúmeras possíveis causas para esse problema e todas as mulheres estão suscetíveis a ele. Contudo, acomete, principalmente aquelas que possuem antecedentes de transtornos mentais, vulnerabilidade socioeconômica, gravidez indesejada e violência doméstica.
Além dessas causas, a depressão pós-parto pode ter origem nos seguintes fatores:
desequilíbrio hormonal após o fim da gravidez;
privação do sono;
alimentação inadequada;
falta de suporte familiar;
vício em drogas psicoativas, como o álcool e o crack;
sedentarismo;
estresse;
falta de apoio do parceiro.
Quais são os sintomas?
Os sintomas podem surgir logo após o nascimento do bebê ou em até doze meses depois do parto. Geralmente, as mães apresentam:
tristeza constante e profunda;
sentimento de culpa;
medo de ficar sozinha;
perda de apetite;
falta de prazer nas atividades cotidianas;
insônia;
baixa auto-estima;
desânimo;
cansaço extremo;
sensação de incapacidade em cuidar do bebê.
Ainda, alguns destes sintomas são normais após a gestação e podem perdurar até o primeiro mês de vida do bebê. Contudo, se eles se mantêm por um período maior que esse, é recomendado que um profissional de saúde mental seja procurado.
Existe tratamento?
O tratamento é individualizado e varia conforme o caso. Na maioria das vezes, consiste na combinação do uso de medicamentos antidepressivos e sessões de psicoterapia. Porém, os melhores resultados só são alcançados quando há a participação de ambos os pais.
Ainda, a psicoterapia ajuda a paciente a entender e aceitar a condição, além de ensiná-la a buscar mecanismos internos que contribuam para a restauração da sua saúde.
Ademais, o tratamento medicamentoso é orientado nos quadros mais graves, pois existem riscos. Quando é indispensável, os antidepressivos são aplicados no hospital, diretamente na veia. Entre os efeitos colaterais comuns estão a boca seca, sonolência e perda de consciência.
Quando não tratada, a depressão pós-parto pode evoluir e se tornar crônica. Por isso, caso perceba sinais de que algo está errado, não hesite em procurar um profissional especializado no tema.
Quer saber mais? Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter e ficarei muito feliz em responder aos seus comentários sobre este assunto. Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como psiquiatra em Porto Alegre!
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