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  • Carolina Torronteguy

Obesidade e bullying: efeitos sobre os jovens

De acordo com levantamento da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), o número de adolescentes obesos em todo o mundo aumentou dez vezes nas últimas quatro décadas. Além das consequências para a saúde, há uma forte relação entre obesidade e bullying.


Com isso, o paciente também passa a lidar com os efeitos colaterais das agressões físicas e psicológicas, humilhações e discriminações. Neste post, pretendemos explicar um pouco mais sobre essa realidade.


O que é bullying?


O termo “bullying” deriva do inglês e pode ser definido como o uso de poder ou de força para intimidar, excluir, humilhar, implicar, fazer pouco caso, não dar atenção e perseguir os outros, demonstrando uma diferença clara entre o mais forte e o mais fraco.


Ainda, esse conceito é entendido como uma forma de violência que, na grande maioria dos casos, ocorre em escolas ou em ambientes de trabalho. O bullying pode ser manifestado em forma de apelidos, em agressões físicas ou pela exclusão da vítima do círculo social.

Considerando o âmbito escolar, há uma evidente associação entre obesidade e bullying. Em uma sociedade que valoriza excessivamente a aparência, estar acima do peso faz com que um indivíduo seja alvo constante de discriminação.


Em consequência disso, são percebidos diferentes efeitos colaterais desses atos discriminatórios em adolescentes obesos, como, por exemplo:

  • isolamento social;

  • desinteresse por desenvolver vínculos afetivos;

  • estresse psicológico intenso ao enfrentar as gozações dos colegas;

  • baixa autoestima e piora do desconforto com sua imagem corporal;

  • transtornos psicológicos, como a depressão, ansiedade e dificuldade de ajustamento social.

Ademais, o estigma social também contribui para o desenvolvimento de outros comportamento prejudiciais, tais como, compulsão alimentar, restrição a tratamentos médicos, diminuição de atividade física e aumento do ganho de peso.


Existe tratamento para vítimas de bullying?


Sim. Embora não seja uma doença, existe tratamento tanto para a vítima quanto para o agressor. A alternativa mais eficaz é a psicoterapia, pois, ajuda aos envolvidos com o bullying a reestabelecer o equilíbrio e superar os traumas vivenciados, promovendo o desenvolvimento emocional saudável.


Porém, as abordagens são diferentes. Isso porque, ao contrário do agressor, a vítima não escolhe ser alvo de discriminação. O bullying pode causar consequências devastadoras para um jovem, gerando comportamentos passivos e depreciativos diante da vida. 

Por isso, o acompanhamento psicológico é de extrema relevância para as vítimas das agressões. Geralmente, a psicoterapia é baseada nos seguintes objetivos:

  • reconstruir a autoestima do paciente;

  • reduzir os comportamentos e sentimentos depreciativos;

  • autovalidação;

  • treinamento de habilidades sociais;

  • diminuir o nível de ansiedade e estresse;

  • aprendizado de técnicas de enfrentamento e relaxamento;

  • desenvolvimento de repertório social.

Portanto, a relação entre obesidade e bullying não pode ser desconsiderada, principalmente no âmbito escolar. Assim, é possível tratar a vítima, oferecer uma melhor qualidade de vida e incentivá-la a adotar novos hábitos para reduzir o seu peso corporal.


Quer saber mais? Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter e ficarei muito feliz em responder aos seus comentários sobre este assunto. Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como psiquiatra em Porto Alegre!

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